A número 2 do ranking da WTA, Iga Swiatek, disse nesta terça (30) que a temporada de tênis é muito longa e intensa, e que a opção mais inteligente é pular alguns torneios obrigatórios. O número 1 da ATP, Carlos Alcaraz, concordou com a colega polonesa.
Os circuitos masculino e feminino têm enfrentado críticas devido às suas temporadas de 11 meses. Nesta segunda-feira, 5 partidas do Aberto da China não puderam ser concluídas devido a lesões.
Camila Osorio se retirou depois de perder o primeiro set para Swiatek, enquanto Lois Boisson, Zheng Qinwen, Lorenzo Musetti e Jakub Mensik também abandoram seus jogos em Pequim.

Tenistas cansados
"Acho que as pessoas estão mais cansadas", disse Swiatek, hexacampeã de Grand Slam aos repórteres. "Infelizmente, a gira asiática é a parte mais difícil porque você sente que a temporada vai acabar logo, mas ainda precisa se esforçar".
"Ainda não sei como será minha carreira daqui a alguns anos. Talvez eu tenha que escolher alguns torneios e deixá-los de lado, mesmo que sejam obrigatórios. A WTA, com essas regras obrigatórias, virou uma loucura para nós", disse a polonesa.
Alcaraz também quer pular torneios
“Concordo com Iga e acho que muitos tenistas vão fazer isso (pular torneios)”, afirmou Carlos Alcaraz, número 1 masculino, após conquistar o ATP 500 de Tóquio nesta terça.
“Acho que o calendário é muito apertado. Eles precisam fazer algo a respeito. Acho que há muitos torneios obrigatórios, muitos seguidos. Eles criaram algumas regras que nos obrigam a jogar torneios Master 1000, 500, seja lá o que for. Mas há muitas regras que não nos permitem, como tenistas, escolher se queremos jogar ou não", acrescentou.
“Para ser honesto, tenho que considerar no futuro se devo pular alguns torneios obrigatórios apenas para manter minha condição física e boa forma. Obviamente, é mais do que a condição física. Acho que mentalmente também é muito exigente jogar tantos torneios obrigatórios seguidos ou jogar tantos torneios sem ter dias para descansar mentalmente. Vou considerar pular alguns torneios obrigatórios para meu benefício mental", concluiu.
Já a chinesa Qinwen Zheng, número 9 da WTA, discorda. “Não acho que o calendário seja excessivo para os tenistas profissionais, porque os jogadores mais fortes sobrevivem, e essas são as regras na minha cabeça”, afirmou ela, que passou por uma cirurgia recente no ombro.
Quais torneios são obrigatórios?
As melhores tenistas do tour são obrigadas a competir em todos os quatro Grand Slams, 10 torneios WTA 1000 e seis eventos WTA 500, de acordo com as regras da WTA. A punição para quem faltar em algum destes eventos varia de penalidades no ranking a multas.
Confira aqui o calendário anual do WTA Tour
"É impossível encaixar isso na programação", argumentou Swiatek, que se comprometeu a participar de todos os eventos obrigatórios este ano. "Temos que ser inteligentes, não nos importando com as regras e pensando no que é saudável para nós. É difícil."
A WTA respondeu que o bem-estar dos atletas é uma prioridade máxima e que ouviu as opiniões sobre o calendário, tanto por meio do conselho de tenistas para melhorar a estrutura do circuito neste ano e aumentar a compensação.
"Esses aprimoramentos foram realizados sem exigir que as jogadoras se comprometessem com mais eventos do que o número médio por temporada na década anterior", disse a WTA.
"A nova estrutura oferece mais previsibilidade quanto aos eventos em que os 30 melhores jogadores competem e mais oportunidades de jogo para tenistas aspirantes, ao mesmo tempo em que sustenta o compromisso com um aumento de US$ 400 milhões na remuneração nos próximos 10 anos.
No ATP Tour, os mandatórios são os 4 Grand Slams, 8 dos 9 Masters e 4 torneios de nível 500.