O vencedor de 24 Grand Slams concordou com o australiano Nick Kyrgios, que disse nesse sábado (28) que a atual integridade do esporte era um "horror".
Ambos falavam sobre os casos de violação das regras antidoping que envolveram os números um do mundo masculino, Jannik Sinner, da Itália, e feminino, Iga Swiatek, da Polônia, durante o ano 2024.
Em duas ocasiões, em março deste ano, foram encontrados vestígios mínimos do esteroide closterbol no corpo de Sinner, que foi brevemente suspenso em ambas as ocasiões. Mas o italiano alegou não saber da substância e, acima de tudo, contaminação, e foi completamente ilibado pela Agência Internacional de Integridade do Ténis (ITIA) antes de a Agência Mundial Antidopagem (WADA) apresentar um recurso.
Alguns meses depois de Sinner, a polaca Iga Swiatek, agora número 2 mundial, foi também suspensa por um mês por doping, depois de ter sido detectada trimetazidina no seu organismo em agosto. Também neste caso, a ITIA aceitou a justificativa de contaminação.
Segundo Djokovic, de 37 anos, que esta semana vai jogar em dupla com Kyrgios no torneio de Brisbane, os jogadores do topo como Sinner e Swiatek são tratados de forma diferente dos que estão mais abaixo nos rankings ATP e WTA.
"Penso que o Nick tem alguns pontos válidos no que diz respeito à transparência e à inconsistência dos protocolos e comparações caso a caso. Temos jogadores que estão esperando seu caso ser resolvido há mais de um ano", acrescentou.
Embora Djokovic tenha dito que acreditava em Sinner quando este lhe disse que foi contaminado pelo seu fisioterapeuta, o sérvio ficou "muito frustrado, como a maioria dos outros jogadores, pelo caso ter sido mantido no escuro durante cinco meses".
"(Sinner) recebeu a notícia (dos testes positivos) em abril e o anúncio só foi feito em agosto, pouco antes do Aberto dos Estados Unidos. A ATP não falou em profundidade sobre as razões que levaram a manter este assunto fora dos olhos do público", lamentou.
"Depois tivemos os casos de (Simona) Halep e Swiatek no WTA Tour e não é uma boa imagem para o nosso esporte", explicou Djokovic, referindo-se ao caso da romena, ex-número 1 mundial, que foi inicialmente suspensa por quatro anos em 2022 por um teste positivo e uma irregularidade no seu passaporte biológico, sanção que foi reduzida para nove meses em março de 2024.
"Simplesmente questiono a forma como o sistema funciona. Porque é que alguns jogadores não são tratados da mesma forma que outros? Talvez haja razões de ranking por detrás disso, ou talvez outros tenham mais apoio financeiro ou equipes jurídicas mais fortes", apontou.