A campeã foi aconselhada a fazer uma pausa e enfrentou uma decepção após a outra. Depois de se contentar com o bronze nas Olimpíadas, Swiatek testou positivo para doping em agosto e também substituiu o quase intocável técnico Tomasz Wiktorowski. A tenista não jogava uma final desde o triunfo no Grand Slam de saibro no ano passado e chegou até a admitir que gostaria de desaparecer do tênis, pelo menos por um tempo.
Veja os destaques de Anisimova 0 x 2 Swiatek
"Eu gostaria de ficar em Varsóvia por alguns meses e ter a chance de experimentar como é viver uma vida normal de segunda a domingo", confessou depois de perder em Roland Garros deste ano.
No final, a polonesa conseguiu encontrar outra solução. Ao dar uma chance à grama, em que antes tinha tido dificuldades, Swiatek foi para a pequena cidade termal de Bad Homburg.
"Eu adoro esses pequenos torneios. Se eu pudesse, jogaria neles o tempo todo, pois não há tanta agitação e nem tanta coisa ao redor", sonhava.
A atleta perdeu para Jessica Pegula na final, mas encontrou paz e confiança ali - uma preparação ideal para o All England Club.
Momentos importantes
Swiatek x McNally 5-7, 6-2, 6-1
A segunda rodada provou ser um teste severo para a polonesa. Com 4 a 1, Swiatek começou a ter dificuldades no saque, perdeu duas vezes, e foi derrotada no set por 5 a 7. Mas então veio o momento que quebrou a partida e a resistência da adversária. No segundo game do segundo set, Swiatek assumiu a liderança por 2 a 0 com seis break points.
No final do torneio, descobriu-se que Caty McNally, a 208ª jogadora no ranking da WTA, foi a única jogadora a vencer um set contra a campeã.
Enquanto em outras partidas de dois sets Swiatek conseguiu fechar em 1 hora e 10 minutos, nesta a tenista lutou com Liudmila Samsonova por quase duas horas. A disputa com a russa, que tinha o saque mais rápido (206 km/h) do torneio, foi complicado para Iga no segundo set, quando desperdiçou duas quebras de saque.
No entanto, nos momentos finais, a polonesa jogou as bolas mais importantes na linha de devolução, acertou os forehands e, por duas vezes, disparou um winner contra o saque da adversária.
É verdade que provavelmente não houve nenhum momento-chave nessa partida que Swiatek precisasse para garantir a vitória, já que a adversária facilitou muito a briga pelo troféu com o nervosismo e muitos erros não forçados. Mas o jogo deve ser mencionado, especialmente por causa do resultado.
Em Wimbledon, o mesmo placar só foi registrado uma vez, em 1911. E a última tenista a não perder um único game em uma final de Grand Slam foi Steffi Graf, em Roland Garros, em 1988.
Números importantes
6-0 - Swiatek não só não perdeu um único game na final, e igualou o recorde do torneio de Dorothea Lambert Chambers (1911), como também manteve o impressionante recorde em finais de Grand Slam. A polonesa disputou seis vezes e nunca sentiu a decepção de uma derrota. Antes da tenista, apenas Margaret Court e Monica Seles conseguiram o mesmo feito.
35 - O número de games em sete partidas que a campeã perdeu no caminho para o título. No que diz respeito ao século XXI, Swiatek assumiu o primeiro lugar, à frente de Venus Williams, que perdeu 39 games em 2001. No entanto, o recorde geral é de Martina Navratilova em 1990, que venceu o famoso torneio sem perder um set e perdendo apenas 29 games no processo.
78% - Embora Swiatek seja considerada pelos especialistas como uma jogadora excepcional na devolução, os números no primeiro saque foram igualmente impressionantes em Wimbledon. Dos 245 primeiros saques, 190 foram convertidos em pontos próprios. O saque foi mais eficiente do que o de várias jogadoras mais altas, como Elena Rybakina (75%).
Foram necessários 399 dias (desde o Aberto da França de 2024) para que Swiatek pudesse levantar um troféu novamente. O triunfo em Wimbledon pode ter sido surpreendente, mas dado o progresso do torneio e a campanha em ascensão, foi, em última análise, lógico.
"O fato de Wimbledon ser disputado na grama o torna mais especial. Sei que posso jogar bem em Roland Garros e provo isso todos os anos. Não tinha certeza sobre isso aqui. Tive que provar isso para mim mesma", admitiu a ex-número um do mundo.