“O clube onde estou me valoriza, me reconhece, me sinto parte do processo. Estou bem onde estou, estou onde quero estar, a minha família está comigo e, felizmente, cheguei a um momento da minha vida que posso escolher onde quero estar. Dificilmente, nos próximos dois anos, irei para algum lado”, admitiu Abel Ferreira.
O técnico português, que está desde 2020 no Palmeiras, ganhou as duas últimas edições do Brasileirão (2022 e 2023) e duas Taças Libertadores (2020 e 2021), além da Recopa Sul-americana (2022), Copa do Brasil (2020), Supercopa do Brasil (2023) e dois Paulistas (2022 e 2023).
“Foi no Brasil que um clube de ponta me deu oportunidade de mostrar meu potencial. Somente com bons jogadores, e com uma estrutura que luta para ser campeão, é que se pode mostrar todo o seu potencial. É como os jogadores: para ser campeão, precisa se unir aos melhores. Foi o que fiz”, reforçou.
Abel Ferreira falou aos jornalistas durante o Fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), onde participou de um painel ao lado dos técnicos portugueses Pedro Caixinha, Rui Vitória e Joel Rocha sobre “Modelo do treino em função do contexto competitivo”.
“O futebol é muito dinâmico. Se você faz parte de um clube novo, com pessoas erradas, em um momento errado, nem sempre é bom. Um dos segredos do treinador é esse: tomar as boas decisões, estar onde deseja e decidir quando quer sair”, revelou.
Trabalho com sustentação pra ir além
Para ele, “aceitar o que quer que seja” não permite realizar trabalhos com sustentabilidade, com cabeça, tronco e membros. Assim Abel Ferreira deseja trabalhar e, por isso, se assume um treinador de projetos.
“Os treinadores de projeto passam mais tempo nos clubes, porque há outras coisas necessárias além dos títulos, como participar da estrutura, do desenvolvimento e da organização. É isso que eu faço, me dá muito prazer”, rematou.
O Fórum da ANTF terminou nesta terça-feira (19) em Viseu, Portugal, com a presença de 1.200 treinadores.
