A jogadora de basquete, que está se preparando para retomar sua carreira com o Phoenix Mercury, prometeu continuar a lutar em nome das pessoas detidas injustamente em todo o mundo.
Perguntada sobre qual seria sua mensagem para o repórter Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, e para o cidadão americano Paul Whelan, ambos detidos na Rússia, Griner respondeu: "Eu diria a todos que estão detidos injustamente: 'Permaneçam fortes, continuem lutando, não desistam'".
"Continuem a se levantar, encontrem uma pequena rotina e a mantenham da melhor forma possível, foi isso que me ajudou", explicou Griner na conferência, onde se emocionou em várias ocasiões.
"Continuem insistindo porque não vamos parar. Não vamos parar de lutar. Não vamos parar de aumentar a conscientização sobre todos que foram deixados para trás agora", disse ela a uma plateia lotada de repórteres no Footprint Center em Phoenix, Arizona, a quadra do Mercury.
Griner foi às lágrimas ao relembrar seu encarceramento. Duas vezes medalhista de ouro olímpica e campeã da WNBA, a jogadora disse que as lições que aprendeu durante sua carreira atlética a ajudaram a suportar seu tempo atrás das grades, que incluiu um período em uma colônia penal russa.
"Não sou alheia a tempos difíceis", comentou a americana, com a voz embargada pela emoção. "Você só precisa redobrar seus esforços. Você enfrentará adversidades ao longo de sua vida. E essa foi uma das grandes.
"Mas eu estava confiante em meu trabalho árduo e na superação. Sei que parece uma coisa pequena, mas quando você se esforça muito nos treinos, você encontra uma maneira de superar isso. Você abaixa a cabeça e segue em frente", disse a jogadora, que usava uma camiseta preta com o slogan da campanha "Bring Our Families Home" (Traga nossas famílias para casa).
A difícil e perigosa esperança
Griner, também reconhecida como um ícone para a comunidade LGBTI no esporte dos EUA, foi presa em fevereiro de 2022 em um aeroporto de Moscou por posse de um vape e um líquido contendo cannabis, um produto proibido na Rússia.
A pivô de 2,06 metros de altura viajou para a Rússia para jogar pelo Ekaterinburg durante as férias da WNBA.
Em meio à crescente tensão internacional sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, Griner foi condenada a nove anos de prisão, mas foi libertada em dezembro após longas negociações em uma troca com o traficante de armas russo Viktor Bout.
Na quinta-feira, Griner disse que estava ciente dos esforços que foram feitos para garantir sua libertação e reconheceu que eles foram uma grande ajuda moral durante sua prisão.
"Às vezes, a notícia chegava um pouco tarde, mas eu estava ciente dos esforços e de tudo o que estava acontecendo", disse. "Aqueles momentos em que eu podia ver o que estava acontecendo definitivamente me faziam sentir um pouco mais confortável. Isso me fez ter esperança, o que é algo difícil de se ter".