Embora estreantes como o francês Isack Hadjar, da Racing Bulls, e o italiano Kimi Antonelli, da Mercedes, tenham marcado mais pontos com carros mais potentes, Bortoleto é o melhor estreante do ano para Massa.
"Ele é um piloto que eu conheço desde criança. Ele evoluiu muito. Sempre foi muito rápido, mas talvez um pouco inconsistente quando era mais jovem. Teve uma evolução muito boa na Fórmula 3 e na Fórmula 2, ganhando (campeonatos) em seu primeiro ano, e mostra talento para estar na Fórmula 1 e ter uma carreira sólida por muitos anos", disse o ex-piloto.
Felipe Massa avaliou que o automobilismo latino-americano atravessava um período difícil, mas agora vive um momento de evolução.
"O automobilismo na América Latina estava sofrendo. Não tivemos nenhum piloto brasileiro ou argentino na Fórmula 1 nos últimos anos. Hoje temos um brasileiro, Bortoleto; um argentino, Colapinto; e há outros brasileiros com a opção de estar lá, como Rafael Câmara ou Felipe Drugovich", destacou.
"Há outros pilotos como Hadjar, que está tendo um ano sensacional, ou Kimi Antonelli, um cara que conheço do kart e que também está tendo uma boa temporada. Mas, se eu tiver que escolher o melhor novato, escolho Bortoleto", completou.
"Talento certo"
Apesar das lendas do esporte, como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi, Rubens Barrichello e o próprio Massa, o ex-piloto destacou que o hiato de sete anos sem um brasileiro regular na Fórmula 1 se deve à dificuldade natural de alcançar e se manter no topo.
"Talvez não tivéssemos um piloto com o nível certo para vir e ficar como o Rubinho, como eu ou como outros pilotos renomados que nos antecederam; Fittipaldi, Piquet e Senna. Não é fácil. São apenas 20 vagas. Portanto, é preciso ter o piloto certo, com o talento certo, a mentalidade certa e, é claro, a base certa", explicou.
Sobre o retorno do mexicano Sergio Pérez à Fórmula 1 em 2026, Massa afirmou que o piloto merece continuar na categoria.
"Ele é um piloto com muitos anos na Fórmula 1 e bons resultados em diferentes equipes. Pérez tem muito apoio em seu país, não apenas dos fãs, mas também dos patrocinadores, e merece estar na Fórmula 1. Mesmo que vá correr com uma nova equipe (Cadillac) e que não saibamos como será sua estreia, isso é importante", avaliou.
"Que venham mais!"
O brasileiro também comentou sobre a necessidade dos jovens talentos latino-americanos deixarem o continente muito cedo para tentar uma carreira internacional e recordou a própria experiência.
"Para mim, foi um aprendizado incrível ir para a Europa ainda muito jovem. Eu não tinha 12 ou 13 anos, tinha 18, e fui morar sozinho (na Itália para competir na Fórmula Renault). Eu não sabia o idioma e tive que aprender a trabalhar com pessoas de culturas diferentes. É assim no esporte", contou.
"Se você é brasileiro, sabe que, para chegar à Fórmula 1 ou à Fórmula Indy, precisa ir para a Europa ou para os Estados Unidos. Você deixa muitas coisas para trás e sente saudades da sua família, mas, quando você tem uma coisa em mente, um sonho, você pode ir mais longe do que imagina", declarou.
Por fim, Massa ressaltou o papel crucial dos patrocinadores latino-americanos no desenvolvimento de novos pilotos. Ele acredita que o aumento do apoio financeiro cria mais oportunidades para jovens talentosos que, de outra forma, talvez não conseguissem competir.
"Com o apoio, temos mais possibilidades de impulsionar os pilotos que, apesar de terem talento, talvez não tenham oportunidades financeiras para correr, então isso é muito positivo. Portanto, é muito positivo, vamos ver mais deles", garantiu.