O piloto britânico foi coroado no Grande Prêmio de Abu Dhabi, na última corrida antes da chegada dos novos carros e das mudanças técnicas previstas para 2026. Sua vitória representou o fim de uma cultura de "vencer a qualquer custo" no esporte.
A AFP Sport destaca três pontos essenciais para acompanhar na próxima temporada:
Norris pode manter seu estilo?
Norris garantiu que conquistou o título do seu jeito e com um time que respeita suas próprias "regras papaya" de igualdade, mesmo sob enorme pressão. Seu triunfo gerou uma onda de emoção, não só pela vitória, mas pela maneira como foi conquistada e pela forma como ele lidou com o impacto do momento.
"Sinto que consegui vencer como queria, sem deixar de ser eu mesmo. Sem tentar ser tão agressivo quanto Max ou tão incisivo quanto outros campeões do passado, seja lá o que for. Meu estilo é simplesmente tentar ser uma boa pessoa e um bom companheiro de equipe", explicou.
Até mesmo Verstappen, visto por muitos como o sucessor natural de Ayrton Senna e Michael Schumacher, e que sempre foi implacável em sua abordagem "matadora", como definiu Damon Hill, suavizou seu estilo neste ano.
A saída de Christian Horner, chefe da Red Bull por muitos anos e muito vitorioso, trouxe um clima menos dividido ao paddock. O respeito pela aposta da McLaren em uma competição limpa e sem ordens de equipe aponta para uma nova tendência no futuro.
"Não tenho orgulho apenas de poder dizer que sou campeão mundial", acrescentou Norris. "Tenho orgulho porque sinto que deixei muita gente feliz".
Seu companheiro, Oscar Piastri, mostrou total respeito pelo regulamento interno da McLaren durante a temporada, embora tenha se frustrado em alguns momentos por conta do azar. Ele voltará a ser um adversário forte em 2026, com novos times, carros, regras e formações.
Mercedes larga como favorita com novo motor
A Mercedes é apontada como o time que vai ditar o ritmo na próxima temporada, após desenvolver uma nova unidade de potência que muitos rivais acreditam ser fundamental para o retorno à elite.
O time investiu pesado e vem trabalhando há muito tempo no projeto. A expectativa é que Kimi Antonelli, que brilhou em vários momentos de sua temporada de estreia, dê o salto e desafie George Russell.
Os carros serão mais leves, compactos e ágeis sob o novo regulamento, com redução de 30 quilos no peso. Além disso, serão mais curtos e estreitos.
A Mercedes vai fornecer motores para seu próprio time de fábrica e também para McLaren, Williams e Alpine. Já a Red Bull e sua equipe irmã Racing Bulls vão usar o Red Bull Powertrains, desenvolvimento próprio após o fim da parceria com a Honda.
A Ferrari manterá seus próprios motores como sempre e seguirá fornecendo para Haas, além de ser o propulsor do novo time Cadillac.
Audi quer ser candidata séria
Depois de uma temporada 2025 irregular, que terminou com apenas um pódio e 70 pontos, a Audi — antes Sauber — espera se tornar uma candidata forte ao pelotão intermediário em 2026. O time terminou em 9º, apenas à frente da Alpine na temporada recém-encerrada.
A Audi vai manter a mesma dupla de pilotos: Nico Hulkenberg, que disputou no domingo seu 250º Grande Prêmio, e Gabriel Bortoleto. Já o novo time Cadillac, que chega com forte apoio financeiro e o toque americano da GM, vai apostar na experiência de Valtteri Bottas e Sergio Pérez.
Verstappen terá novo companheiro na Red Bull após a promoção de Isack Hadjar vindo da Racing Bulls, depois de uma temporada de estreia impressionante. O britânico de 18 anos Arvid Lindblad vai ocupar sua vaga, formando dupla com Liam Lawson.
A mudança de era com a chegada dos novos carros foi bem recebida por muitos pilotos, especialmente pelo sete vezes campeão Lewis Hamilton após uma temporada de estreia para esquecer na Ferrari. Das suas 105 vitórias, apenas duas vieram desde o fim de 2021. Seu companheiro Charles Leclerc reconheceu que o time, sem título de pilotos desde 2007, encara este inverno como um momento de "agora ou nunca".
