Opinião: condenações por estupro de Daniel Alves e Robinho não fazem futebol brasileiro refletir e mudar

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Opinião: Futebol brasileiro passa longe de fazer sua parte após condenações por estupro

Robinho foi condenado após estupro coletivo em Milão
Robinho foi condenado após estupro coletivo em MilãoProfimedia
As condenações de Daniel Alves e Robinho mostram um lado da nossa sociedade que vai muito além do futebol. 

Quanto ricos e poderosos vemos por aí achando que podem fazer tudo e que nada vai acontecer com eles? Na maioria das oportunidades, eles estão certos, infelizmente. 

A justiça tarda e falha, em algumas situações, para nosso desgosto. O exemplo e a punição não aparecem, os erros se perpetuam, com diferentes formatos e personagens.

Não bastando o crime horroroso que cometeram, Dani Alves e Robinho encontraram, nos últimos dias, fiéis escudeiros. Estes sempre estiveram por ali. Para seu azar, foram escolhidos para pagar (literalmente) ou falar sobre o assunto.

Não tinham como se esconder. Falaram muito, com pouco conteúdo, baixa surpresa e uma grande decepção. Tiveram a oportunidade de ouro para pegar pesado, como se deve fazer em um caso destes.

Pra piorar, a dupla ainda pode escapar dos seus crimes e responder em liberdade, quando deveriam estar pagando pelo que fizeram. 

Reflexão que poderia despertar mudança

Um exercício simples de uma possível mudança de postura seria imaginar que a vítima fosse sua filha, esposa, afilhada ou sobrinha. Com muitos não acreditando em suas palavras e diminuindo seu sentimento.

Agora sim, fale sobre. 

Isso acontece com uma frequência maior do que pensamos. Sendo este um dos vários tipos de crimes pelos quais mulheres passam diariamente. Não sabemos 1% do que é sentir e viver isso

Seria uma surpresa que a postura apresentada, na maioria dos casos, fosse a de Danilo ou Leila Pereira, que condenaram, pediram punição, exemplos, uma construção de uma nova forma de pensar a sociedade. Este tipo de coisa não tem cabimento há décadas, ainda mais agora. 

As palavras do lateral e da presidente, infelizmente, são exceção. 

Contaremos nos dedos os que colocarão a cara à tapa quando perguntados sobre o assunto. Ou vão proteger, escorregando e dando voltas ou vão desconversar, falar que isso é com a justiça, deixando de lado seu papel social. "Minha obrigação é jogar bola", devem pensar. 

A mão deveria ser solta

O futebol é apenas um espelho da sociedade, com os jogadores não largando a mão dos seus parças e os clubes e entidades fazendo muito pouco ou quase nada para mudar o contexto. 

Com a exceção feita pelo Bahia, nem ao menos a nota da CBF me convenceu. Parece ter saído à força, pra não ficar feio. Quantos clubes se manifestaram sobre ou fazem algo a respeito dentro de seus centros de treinamento, para alertar e conscientizar?

É preciso muito mais para fazer a diferença e assumir a responsabilidade de um clube ou entidade de tanta grandeza. Esperamos muito e quase nada vem. A condenação minimiza o incômodo, mas é bem possível que o cenário siga enquanto figuras coniventes seguirem no comando. A ação é muito pequena e tímida para uma realidade que escancara a necessidade de uma profunda mudança, pra ontem. 

A opinião dos editores não reflete necessariamente a da redação do Flashscore
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