Dos últimos 24 torneios juntas, elas ficaram além de uma 5ª posição uma única vez. O pódio veio em 18 oportunidades, com este mesmo resultado sendo bastante comemorado na capital francesa, caso se confirme.
A união de forças que deu tão certo entre 2014 e 2015 pode fazer a diferença para o Brasil recuperar presença no pódio em uma Olimpíada. Duda/Ana Patrícia estão no Grupo A, com Gottardi/Menegatti (ITA), Liliana/Paula (ESP) e Marwa/Elghobashy (EGY). Nenhuma das adversárias está no top 10 do ranking.
História sendo feita
Logo no primeiro torneio das duas juntas, nos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2014, em Nanquim, na China, um título que serviu como um divisor de águas.
"A gente sempre se entendeu muito bem dentro de quadra, desde o início, na base. Essa proximidade ajudou muito no início dessa nova trajetória. Jogar com a Duda é fácil. Ela é uma grande jogadora e tem uma leitura incrível, como poucas no mundo.

"Acho que minhas virtudes potencializam as dela e vice-versa. Nos encontramos nesse ciclo olímpico e estamos muito felizes com o que estamos construindo", comenta a mineira de Espinosa de 1,94m.
Depois de ficar pelo caminho em Tóquio, quando jogou ao lado de Rebecca e terminou na 5ª colocação, Ana Patrícia confia que o momento de agora pode terminar com uma sorte diferente. "Olimpíada e Copa do Mundo são competições onde só as melhores das melhores estão. Todo mundo está ali para o ouro, mas só uma dupla leva.
"Não penso muito nisso de 'não era nossa hora'. A gente precisa trabalhar para chegar lá pronta. Isso eu garanto que estamos fazendo. A primeira meta, que era a vaga, nós conseguimos. Agora é chegar lá e colocar em prática", pontua.
Carta na manga
A dupla chega para Paris motivada mesmo sem os melhores resultados possíveis: dos quatro torneios disputados, ficaram em 5° por duas vezes, além de um 4° e um título. O perfil e a coragem das duas fizeram muitas jogadas de velocidade entrarem em ação, quebrando a defesa das adversárias, que encontram grandes dificuldades para anular mais este ponto forte.
"Temos visto muita gente falando da nossa bola rápida, uma chutada na entrada de rede. Funciona na maioria das vezes? Funciona. Mas há quanto tempo estamos trabalhando e ajustando? Isso não para. É um processo contínuo, que envolve muita gente fora de quadra também", lembra Ana.

E se...
O sucesso da base pegou muita gente de surpresa quando a dupla foi desfeita em 2015. Foram sete anos separadas até se reunirem novamente, com cada uma seguindo no seu processo de crescimento, se mantendo entre as melhores do país. Os resultados do começo de carreira certamente deram um impulso para não deixar dúvida na hora da retomada, sem lamentar o interrupção temporária.
"A gente teve que trilhar nossos caminhos sozinhas para crescer e chegar onde estamos hoje. Ficar pensando no 'se' não nos coloca em lugar nenhum. Posso dizer que estou feliz com a minha história, com tudo o que passei, mesmo olhando hoje e vendo que faria uma coisa ou outra diferente. Só consigo pensar assim porque realmente passei por várias situações que me fizeram crescer. Como atleta e pessoa", conta Ana.
