Presidente do Timão para o triênio de 2024–2026, Augusto de Melo tomou posse em 2 de janeiro.
Sua gestão acertou em alguns quesitos – como, por exemplo, a contratação de uma consultoria de renome para colocar ordem na casa –, mas cometeu pelo menos seis trapalhadas para deixar o corintiano de cabelo em pé.
Vamos a elas:
1) Erro contábil trava negócio por reforço argentino
O Corinthians contratou o meia Rodrigo Garro, do Talleres, só que esqueceu (ou não sabia) que o imposto de renda do pagamento pelo atleta seria retido na fonte.
Isto é uma das questões mais básicas para a transferência de um jogador.
Se, por um acaso, o contrato não estipula quem banca o imposto (o Timão alega que tinha de pagar só o valor bruto), o jurídico do clube teria de checar este pequeno enorme detalhe antes de fechar negócio.
Com a confusão, o clube argentino obviamente recebeu um valor menor do que o combinado e não quer liberar o atleta.
2) Maior patrocínio do Brasil que não é o maior do Brasil
Ao anunciar o novo acordo de patrocínio máster com a casa de apostas VaideBet, Augusto Melo cravou que o negócio de 370 milhões de reais seria o maior do futebol brasileiro.
Outro pequeno detalhe: Melo não contabilizou a multa do antigo patrocinador na sua matemática.
O presidente disse que a nova parceira seria responsável pelo pagamento da indenização de cerca de R$ 40 milhões, depois se retratou ao site ge alegando que "se confundiu".
Ou seja, o Timão vai ter de bancar a multa e o valor líquido do patrocínio da camisa vai ser menor do que o divulgado.
3) Lucas Verissimo ficaria, mas foi embora
O Corinthians disse que tinha tudo fechado para tirar Lucas Verissimo, do Benfica, em definitivo. No dia seguinte, o zagueiro foi anunciado no Al-Duhail, do Catar.
"Como a venda para o Corinthians ainda não tinha sido formalizada contratualmente, os encarnados aceitaram vender o passe do jogador ao Al-Duhail", informou o jornal português Record.
4) Matheuzinho veio, mas não veio
O lateral Matheuzinho chegou por empréstimo do Flamengo, fez treino aberto para a torcida em Itaquera e… voltou para a Gávea.
"O Matheuzinho teve todo aquele problema. Foi falado que viria de uma forma e, quando fui ver, era de outra, aí não aceitei", alegou Augusto Melo à Rádio Transamérica.
Dada como certa, a negociação melou devido à recusa corintiana em atender algumas exigências do Flamengo: duas delas de cunho financeiro, e uma que exigia o retorno do jogador ao Rio ao final do empréstimo.
Negociações melam, mas o que impressiona é que a diretoria não sabia destas cláusulas, trouxe o lateral para o Parque São Jorge e depois o devolveu.
5) Namoro platônico com Gabigol
Esta não se sabe se foi uma tentativa de iludir o torcedor ou se auto-iludir.
Mesmo sem ter qualquer condição financeira para bancar a multa milionária de Gabigol, a nova diretoria alimentou publicamente a ideia de que ele poderia jogar no Corinthians nesta temporada.
Como até o mais desavisado corintiano esperava, o Flamengo nem quis papo com o rival paulista e renovou com seu atacante.
Augusto de Melo admitiu que tudo não passou de um sonho.
6) Medalha da Copinha para cantor em vez de gerente da base
A última trapalhada da diretoria aconteceu na premiação do título da Copinha, nesta quinta-feira (25).
O gerente geral das categorias de base do clube, André Figueiredo, não foi credenciado para participar da festa no gramado da Neo Química Arena e não recebeu medalha pela conquista.
Em contrapartida, o cantor sertanejo Gusttavo Lima, que é cruzeirense, recebeu a dele.
O Corinthians alegou que o profissional estaria de férias, o que já foi desmentido pelo site MeuTimão.
Serão três anos de gestão Augusto de Melo e, pelo visto, muitas emoções pela frente.
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