Além de que vale a pena todo o esforço da rotina de treinos e competições, a certeza que deu muito orgulho para a avó. Ela levou o ouro na categoria até 57kg e comemorou nos braços de dona Chirlei, que precisou acompanhar de uma cadeira de rodas.

"Estou com um problema no joelho, foram dois dias de viagem, uma luta titânica para chegar aqui em Assunção. Eu a admiro muito, é uma batalhadora. Foi muito emoção estar aqui e vê-la sendo premiada. É meu orgulho, minha neta favorita, uma excelente atleta. Estou sem palavras para descrever, chorei muito. Não consegui conter, foi muita alegria", explicou a avó, que esteve com o filho e a nora.

Gabrielle admite que teve uma motivação a mais ao ver a avó presente no ginásio. "Eu tive que fazer um coração para ela. Ela nunca foi numa competição minha fora do Brasil e, às vezes, fica muito emocionada, só vê o placar depois. Trazer esse título foi muito bom, estou muito feliz. Já tinha lutado os Jogos uma vez e fiquei no terceiro lugar. Mas com eles aqui, a minha energia subiu lá em cima e pensei: se eu não conseguir por mim, vou ter que conseguir por eles”, contou Gabi.

Com a neta residindo em Belo Horizonte, as oportunidades de estar perto são bem aproveitadas, fazendo bom uso do gosto da família de viajar de carro. "Quando eu era atleta, minha mãe sempre ia me assistir. Agora, faz o mesmo com as netas. A pandemia nos fez ficar muito tempo sem ver judô. Com a saudade e distância dela, aproveitamos pra unir o útil ao agradável", revela.

Os Jogos Sul-Americanos vão até o dia 15. No primeiro dia, o Brasil conseguiu dois bronzes e chegou em quatro finais.