O Santos, de tantas glórias e tradição, que foi e sempre será o berço do maior jogador da história do futebol mundial. Apesar do acontecimento trágico, que foi o rebaixamento para a série B do Brasileirão 2024, escrevo esse texto como bastante otimismo para a sequência do clube.
O Rei Partiu
Com toda certeza, dentro dos seus 111 anos de existência, esse foi o pior ano de sua história. As vésperas do início do ano de 2023, mais precisamente no dia 29 de dezembro de 2022, o mundo foi surpreendido com a notícia da morte do Rei Pelé que lutava contra uma grave doença. Seria esse um prenúncio do que estaria por vir?
Com o Rei Pelé tive dois momentos inesquecíveis: o primeiro foi poder conhecê-lo pessoalmente, tocar sua mão, receber o seu abraço e tirar uma foto. O segundo foi, em um jogo na Vila Belmiro pela Libertadores entre Santos e América do México, ter sido elogiado e eleito pelo Rei como o melhor jogador em campo. Um elogio desses em rede nacional não é para qualquer um. (Rs)
Rebaixamento
O dia 6 de dezembro de 2023 ficará para sempre na memória do torcedor santista. Foi o dia do rebaixamento para a Série B. O torcedor se chateou por muitas vezes com o clube, diretoria e com o grupo de atletas durante a temporada. Por vezes, as cobranças foram mais ríspidas.
Mas, em momento algum, o torcedor deixou de acreditar. Ele não abandou seu clube de coração até o último minuto do jogo da rodada da despedida da Série A. Tenho absoluta certeza que, no próximo ano, o torcedor santista continuará próximo e mais unido ao clube para recolocá-lo no lugar de onde nunca deveria ter saído.
Crise política
Quando eu atuava pelo seu arquival Corinthians, passei por uma situação idêntica a essa que o Peixe passou. Fiz parte de um time grande que nunca havia sido rebaixado para a Série B. Mas existe uma semelhança que acaba passando desapercebido por muitos: a crise política do clube.
Assim como aconteceu no ano de 2007 no rebaixamento do Corinthians, o clube santista vem passando por uma turbulência política há anos. Por mais que alguns não acreditem que problemas político-administrativos não interferem no gramado, eu afirmo que pode afetar o rendimento dos atletas sim.
Um ambiente administrativamente instável gera insegurança em todos, inclusive nos atletas afetando no seu rendimento. Discutir sobre a qualidade do elenco é outro ponto, mas que também tem a ver com a questão política e de gestão.
O que eu quero dizer é que, com tantos anos de crise política-administrativa, o rebaixamento era questão de tempo, o que chamo de efeito bola de neve. Com essa crise política ano após ano, em algum momento iria dar ruim, e deu!
Gratidão
Poucos sabem, mas no ano de 2008 eu tive a honra de vestir o manto santista. O clube me abriu as portas no momento mais difícil da minha carreira, após ter sido rebaixado com o Corinthians.
Foi uma chegada turbulenta pois uma pequena parte da torcida não aceitava o fato de eu ter vindo do rival. Mas, a principal torcida do Santos, a Torcida Jovem, me acolheu e fui muito feliz por lá. Assinei um contrato de três anos. Antes mesmo de completar o sexto mês, fui vendido para o Dínamo de Kiev, da Ucrânia. Minha passagem pelo clube durou pouco, mas foi intensa. Essa gratidão será para sempre.
Novo comandante
Na eleição presidencial que ocorreu no último sábado (9), Marcelo Teixeira foi eleito como o novo presidente do Santos. Ele já é um “velho” conhecido do torcedor. Será a terceira vez que estará à frente do clube.
A primeira vez foi de 1991 a 1993 e a segunda foi de 2000 a 2009, totalizando 11 anos como presidente do clube. Suas passagens foram cheias de conquistas como títulos, transformando a estrutura e o patamar do clube.
A partir de 2024, o grande desafio será de recolocar o Santos na elite do futebol nacional. Com ele no comando, cresce a esperança do torcedor e fica minha torcida para que o “glorioso alvinegro praiano” retorne ao seu lugar no futebol brasileiro.
