Os atletas da Rússia e da Bielorússia, aliados de Moscou, foram banidos da maioria das competições internacionais no ano passado durante a guerra da Ucrânia. Mas as diretrizes emitidas pelo COI, sediado em Lausanne, nesta terça-feira, procuram permitir seu retorno gradual ao esporte mundial.

As diretrizes enfureceram as autoridades russas, que dizem que qualquer movimento para privar os atletas de seus símbolos nacionais é discriminatório.

"Tais recomendações foram caracterizadas como contendo elementos de discriminação, o que é inaceitável", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov (55), aos repórteres em uma teleconferência. "Vamos continuar a defender os interesses de nossos atletas de todas as maneiras possíveis".

O presidente do COI, Thomas Bach (69), disse na terça-feira que caberia às federações esportivas internacionais decidir quais atletas da Rússia e da Bielorússia podem competir como neutros, ou seja, sem sua bandeira nacional ou o hino do país.

De acordo com as diretrizes, atletas da Rússia e da Bielorússia não podem participar de eventos de equipes e devem ter um histórico comprovado de testes de drogas, enquanto os atletas que apoiam a guerra ou são contratados para as agências militares ou de segurança nacional de seus países estão excluídos.

As recomendações feitas pela diretoria executiva do COI dizem respeito ao retorno dos atletas às competições internacionais, mas não especificamente aos Jogos Olímpicos de Paris 2024, para os quais será tomada uma decisão separada em data posterior.

A Ucrânia e alguns de seus aliados ameaçaram boicotar os Jogos de Paris caso eles competissem, mesmo como neutros.