O anúncio da entidade encerra meses de especulação sobre a sede de um dos principais eventos da temporada e marca a mais recente incursão do controverso governo saudita no esporte.

O WTA Finals, que conta com as oito melhores jogadoras do mundo, será disputado de 2 a 9 de novembro.

"Ter um torneio feminino dessa magnitude e desse perfil é um momento decisivo para o tênis na Arábia Saudita. O WTA Finals tem o poder de inspirar muito além do esporte, especialmente para nossas jovens meninas e mulheres", disse à agência Reuters o ministro saudita dos esportes, príncipe Abdulaziz bin Turki Al-Faisal Al-Saud.

Até 2018, mulheres eram proibidas de frequentar estádios esportivos no país, mas agora estão liberadas para competir profissionalmente. Contudo, homens ainda têm a guarda legal de suas esposas, que são privadas de muitos direitos no reino do Golfo.

"A WTA escolheu Riade após um processo de avaliação abrangente ao longo de vários meses, que incluiu a avaliação de várias propostas de diferentes regiões e o envolvimento com as tenistas", explicou a WTA em nota.

WTA segue exemplo da ATP

As conversas para transferir o WTA Finals para a Arábia Saudita se intensificaram depois que a ATP escolheu Jidá como sede do Next Gen Finals de 2023 a 2027.

A Arábia Saudita investiu pesadamente em esportes como futebol, Fórmula 1 e golfe nos últimos anos, enquanto os críticos acusam o reino de usar seu Fundo de Investimento Público (PIF) para "lavar esportivamente" (sportswashing) seu péssimo histórico de direitos humanos.

O país nega as acusações de abusos e alega que apenas "protege a segurança nacional".

"Levar o WTA Finals para Riade é uma nova e empolgante oportunidade para nós e um passo positivo para o crescimento a longo prazo do tênis feminino como um esporte global e inclusivo", justificou o chefe da WTA, Steve Simon, depois de criticar o país alguns anos atrás.

"Ficamos impressionados com o compromisso demonstrado pela Federação Saudita de Tênis com o crescimento do esporte em todos os níveis", acrescentou.