O retorno do campeonato mundial de motociclismo ao circuito de Phillip Island desde o início da pandemia se transformou em uma festa espanhola, com vitórias também na Moto2 e na Moto3, na qual Izan Guevara se tornou campeão do mundo.

Na categoria rainha, a duas corridas de terminar a temporada, Bagnaia, da Ducati, passou a liderar a classificação com 233 pontos, com 14 de vantagem sobre Quartararo, da Yamaha, que não pontuou em três das últimas quatro corridas.

Depois de sair em quinto lugar na largada, os francês ocupava a 15ª posição quando perdeu o controle da moto e sofreu uma queda. Antes, ele já havia cometido um erro em uma frenagem que o fez perder 15 posições.

Confira a classificação completa do Grande Prêmio da Austrália de MotoGP

"Primeiro cometi um erro na curva 4, freando tarde demais. Depois voltei (em 22º lugar na pista), e consegui ultrapassar três ou quatro pilotos, mas meu objetivo era continuar ultrapassando, embora tudo acabasse quando cometi um erro, queria me recuperar muito rápido e caí", explicou Quartararo.

O mal poderia ter sido maior para o atual campeão mundial se Bagnaia, que dominava a prova na reta final, não tivesse sido ultrapassado nas etapas finais por Rins e Márquez.

"Quando vi que Fabio havia desistido, disse a mim mesmo que a vitória era possível, mas se eles me ultrapassassem na última volta, não seria algo sério", disse Bagnaia, que pode se sagrar campeão no próximo fim de semana na Malásia.

O espanhol Aleix Espargaró, da Aprilia, terceiro no campeonato, foi nono e continua 27 pontos atrás de Bagnaia, com opções matemáticas mas remotas para vencer o campeonato, com apenas 50 pontos em jogo.

O mesmo vale para o outro candidato, o italiano Enea Bastianini, da Ducati-Gresini, que terminou em quinto em Phillip Island e está 42 pontos atrás. O australiano Jack Miller, por outro lado, já não tem mais chances.

Três vitórias espanholas

Os 40.000 espectadores em Phillip Island, fora do calendário dos dois últimos campeonatos devido à pandemia, foram brindados com uma corrida de MotoGP divertida e apertada em que Rins conquistou a sua primeira vitória em duas temporadas.

"Na parte final, consegui uma boa tração nas curvas, o que me permitiu ganhar posições e me sentir forte até o final", resumiu Rins, que subiu para o oitavo lugar no Mundial.

Por seu lado, o hexacampeão da MotoGP Marc Márquez também subiu ao pódio pela primeira vez nesta temporada, da qual esteve parcialmente ausente devido a problemas físicos.

"Para mim, esse segundo lugar foi tão importante (...). Por quê? Porque foi importante entender que, dentro de mim, a velocidade ainda está lá, e que quando me sinto bem, a velocidade está lá. Mas é verdade que agora temos que trabalhar muito e o corpo deve continuar nessa velocidade, então passo a passo estou melhorando", resumiu Márquez, que passou por uma cirurgia no braço direito no final de junho e que subiu para um modesto 15º lugar no campeonato.

As categorias restantes também foram dominadas pelos pilotos espanhóis.

Na Moto2, o madrilenho Alonso López, da Speed ​​Up, venceu em uma corrida marcada pela queda do seu compatriota Augusto Fernández, da KTM Ajo, que cedeu a liderança do campeonato ao japonês Ai Ogura, da Honda.

E na categoria menor, o espanhol Izan Guevara, da GasGas, foi proclamado campeão do mundo de Moto3 com a vitória na pista australiana. Com duas corridas para o final e 50 pontos em jogo, o jovem prodígio espanhol está 65 pontos à frente de seu principal adversário, o companheiro de equipe e compatriota Sergio García.

"É fantástico ser campeão do mundo. Graças à minha equipe e à minha família", disse Guevara no final da corrida.

O regresso do mundial a Phillip Island contou com a presença de algumas lendas da modalidade, como o bicampeão mundial Casey Stoner e o espanhol Jorge Lorenzo, que tem três títulos da MotoGP.

O Campeonato Mundial vai para a Malásia na próxima semana, penúltima jornada do calendário que termina no dia 6 de novembro no Grande Prémio de Valência, na Espanha.